Pra quem gosta de viajar, todas as experiências podem servir de lição, trazendo mais bagagem e ajudando nas próximas trips. Foi com esse pensamento que saímos do passeio da Ilha do Campeche (Santa Catarina), com duração de 4 horas e gasto total de R$ 200 por casal sem alimentação. Um tour rápido, onde é cobrado até pra fazer mini-trilhas, em um lugar muitas vezes intitulado de Caribe Brasileiro, mas que não tem uma relação custo x beneficio muito boa. Se vale conhecer a Ilha do Campeche? Vamos explicar neste post!
Como funciona
Há dois pontos para embarcar e chegar na ilha. Pela praia da Armação, com custo de R$ 90 por pessoa ou pela própria praia do Campeche, em frente a ilha, por R$ 130 – como foi comentado pelos guias no dia em que fizemos o passeio. O estranho (e porque não dizer absurdo) é que o passeio partindo da primeira praia é mais longe, mas menos salgado para o bolso. E ah, esses preços também variam conforme o dia e a época do ano (basta olhar no Trip Advisor a diferença de valores registrados pelos outros viajantes).
Se formos comparar com o que gastamos na última trip para San Andrés indo em ilhotas ao redor (clique aqui se você não viu), diríamos que não faz sentido algum e que há motivos pro pessoal reclamar que o turismo no Brasil é muito caro.
Vale registrar que o valor do barco para a Ilha do Campeche é pago unicamente para o transporte e nada vai para conservação da ilha ou algo do tipo. Isso reforça ainda mais o sentimento de que o valor é abusivo, pois uma viagem de 20 minutos não pode ser tão cara.
Como o transporte não tem relação com o instituto (IPHAN) que mantém a ilha, talvez existam alternativas além de pagar pelo serviço para a associação de pescadores. Vimos pessoas chegando com seus próprios barcos ou contratando um na beira da praia de forma independente. No ponto em que pegamos o nosso, o valor só podia ser pago em dinheiro. O ponto positivo foi a parte em alto mar: apesar de escolhermos a opção mais econômica e longe, ela foi relativamente rápida, uns 20 minutos. Os pescadores conduziram sem emoções (pra nossa tristeza).
A ilha
Pra água ficar totalmente transparente, depende muito das condições climáticas e tivemos o azar de pegar um dia não muito bom em que não saiu nem mergulho na ilha. Apesar disso, a praia é muito bonita e como era baixa temporada, já esperávamos um pouco por isso e fomos preparados pra conhecer também o interior do lugar. A infra estrutura é pequena, conta com um restaurante e um pequeno quiosque e 2 banheiros químicos.
Na ilha existe apenas uma pequena praia e opções de trilhas onde é possível ver inscrições rupestres. Graças a esses vestígios de ocupação bem antiga, ela é tombada e mantida pelo IPHAN para que seja conservada. Tristemente, não há possibilidade de fazer trilha auto-guiada. É necessário contratar o serviço dos funcionários para as caminhadas que duram de 50 min. a 1 hora (ida e volta) ou mais longas. Se chover, elas também acabam não saindo. Então, fique atento pra isso antes de pegar a embarcação. E ah, surpreendentemente por lá vimos pagamento em cartão de crédito.
Fizemos o passeio mais curto que custa R$ 10 e é possível ver um ponto com inscrições rupestres. Existe uma segunda opção que custa R$ 25 e se visita 3 pontos com as inscrições. A trilha é fácil, sem dificuldade alguma, mas vale a pena pois além das inscrições passamos por paisagens de tirar o fôlego. Achamos bem interessante e acabou sendo o ponto forte do passeio.
Vale registrar que adoramos subir em pedras, ver a vista dos lugares de cima e quando de volta a praia fomos conhecê-la, porém fomos literalmente advertidos por um funcionário, pois ao longo da praia há sitios arqueológicos (importante: não tinha nenhuma placa escrita “não suba”). Olha o registro do Vini abaixo e a foto que ele tirou lá de cima!
Então se você acha que vai poder explorar o ambiente, esqueça. Ele é bem controlado por funcionários e todas as atividades são cobradas (pelo menos esses valores são revertidos para a manutenção). De graça, só o banho de mar.
Um outro detalhe legal é que a ilha é habitada por quatis. Eles são bem curiosos e quando chega perto do meio dia, eles aparecem para ver se conseguem algum alimento com os turistas. É importante lembrar que não se deve dar comida aos animais silvestres.
E vale conhecer?
Toda experiência viajando é positiva. Como fizemos o passeio em família, tivemos um outro olhar e acabamos curtindo sem ficar pensando na grana investida, mas o valor cobrado é realmente muito caro para o que oferece. Existem diversos lugares em Santa Catarina onde não se gasta com trilhas e se chega a praias muito mais interessantes (veja alguns passeios aqui). Em outras viagens, já pagamos por passeios nesse estilo, porém incluíam refeição, cadeiras e guarda-sol. Pra vocês terem uma noção, o aluguel desses itens sairia por mais R$ 60 na ilha. O jeito foi levar a canga, sentar na faixa de areia, e aproveitar a marmita levada como sempre. Afinal, o que sempre muda em nossas trips são os lugares, mas a alma é sempre de aventureiro e com vontade de descobrir novos lugares.
Falando nisso, fique ligado em nosso Instagram que logo mais estaremos viajando pra fazer mais trilhas e mostrar mais lugares incríveis. Siga @mochilaodeideias!